Ano passado uma câmera de segurança filmou um homem sendo atropelado numa rua dos Estados Unidos. Ele ficou caído enquanto os outros carros desviavam e pessoas passavam na calçada completamente indiferente. O Jornal Nacional contou quantas pessoas e quantos carros passaram até que alguém parasse para ajudar. A solidariedade está morrendo aos poucos, é cada um por si.
Ontem uma pessoa morreu atropelada na Praça do Grego. O corpo ainda estava no chão, coberto com um saco preto e debaixo de uma poça de sangue enquanto pessoas comiam sanduíches e carrochos quentes no Mc Lanche.
Esse tipo de cena (uma pessoa morta enquanto as outras a ignoram completamente) era muito comum quando a imprensa reportava tiroteios em favelas, com a população levando a vida adiante apesar dos corpos pelo chão. Essa mesma indiferença agora chegou (ou sempre esteve lá, assim como nas comunidades pobres) no asfalto, no Jardim Guanabara.
Isso me fez lembrar uma música genial de Chico Buarque que diz: morreu na contramão atrapalhando o trânsito.
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