Adoro assistir filmes nacionais. Eles possuem uma estética própria, e isso é importante para se diferenciar das produções de outros países.
Esse final de semana assisti Verônica, de Maurício Farias e com Andréa Beltrão. Um filme completamente desnecessário, foi um dispêndio de dinheiro, tempo e trabalho a troco de nada. A energia gasta na produção se esvaiu em interpretações pífias e num roteiro fraco. Verônica não propõe nenhum tipo de reflexão e tampouco serve como entretenimento, já que nem divertido o filme é.
Mas felizmente existem produções excelentes. Fui convidado para assistir a pré-estréia do, em minha opinião, o melhor filme brasileiro já realizado, além de ser um dos melhores filmes que já assisti.
Difícil descrever Tempos de Paz, com Tony Ramos e Dan Stulbach. Veja a sinopse:
Em abril de 1945 os combates da 2º Guerra Mundial já cessavam na Europa, mas o Brasil ainda estava tecnicamente em guerra. O combate entre Segismundo, interrogador alfandegário e ex-torturador da polícia política de Getúlio Vargas, com o ex-ator polonês Clausewitz, confundido com um nazista fugitivo, se desenrola na sala de imigração do porto do Rio de Janeiro. Tudo porque o fim da Guerra, por ironia do destino, é o que tira a paz de Segismundo. Ele teme a vingança de seus ex-prisioneiros.
E hoje chefe da imigração na Alfândega do Rio de Janeiro, Segismundo é quem decide quem entra ou não no país. Clausewitz terá que usar todo o seu talento de ator para provar que não é um seguidor de Hitler. O filme retrata um período crítico da história brasileira e fala do maniqueísmo e da luta pela vida.
Aproximadamente 80 por cento do filme é composto pelo interrogatório entre os dois protagonistas, o interrogador Segismundo (Tony Ramos) e o interrogado polonês Clausewitz (Dan Stulbach, que lembra muito o personagem de Tom Hanks em O Terminal). Só essa breve descrição já é suficiente para deixar muita gente preocupada, afinal de contas, um filme em que quase a totalidade do enredo se passa apenas entre duas pessoas conversando pode parecer monótono e chato. Mas não é, está muito longe disso.
A cena em que Clausewitz interpreta uma de suas cenas para Segismundo é simplesmente genial, chorei copiosamente. Uma das coisas mais bonitas que já vi. Tempos de Paz consegue ser um filme comercial e de arte ao mesmo tempo.
Além dessa linha principal do roteiro (o interrogatório) existe uma história paralela que também é ótima, conduzida pelo médico interpretado pelo diretor Daniel Filho.
Vou ao cinema novamente, dessa vez acompanhado da minha digníssima, que, assim como o personagem de Stulbach, é atriz e vai se identificar muito com as passagens em que ele descreve sua paixão pelos palcos.
Com minha rasa capacidade de fazer um relato objetivo é impossível transmitir a qualidade do filme e fazer uma resenha. Acho que o primeiro Oscar para o Brasil está para sair.
Também ganhei ingressos para assisti O Contador de Histórias, que estreou essa semana. Conta a história verídica de Roberto Carlos, que foi menor infrator e hoje é um dos maiores contadores de histórias do mundo. Assisti uma entrevista dele há alguns anos no Jô e fiquei muito emocionado (também chorei, algum problema?), uma puta história de vida.
Ainda não vi, mas acredito que deva ser um bom filme. O que me deixa preocupado é que gostei tanto do Tempos de Paz, é tão bem feito, que dificilmente superará O Contador de Histórias. Mas O Contador... tem cara desses longas que vão fazer mais sucesso entre o público e a crítica, ainda mais por estar associado ao Criança Esperança, correndo grande risco de ser o indicado brasileiro ao Oscar.
Enfim, são apenas suposições. Depois de assistir eu comento aqui.
Não deixe de assistir Tempos de Paz. Simplesmente imperdível.
Esse final de semana assisti Verônica, de Maurício Farias e com Andréa Beltrão. Um filme completamente desnecessário, foi um dispêndio de dinheiro, tempo e trabalho a troco de nada. A energia gasta na produção se esvaiu em interpretações pífias e num roteiro fraco. Verônica não propõe nenhum tipo de reflexão e tampouco serve como entretenimento, já que nem divertido o filme é.
Mas felizmente existem produções excelentes. Fui convidado para assistir a pré-estréia do, em minha opinião, o melhor filme brasileiro já realizado, além de ser um dos melhores filmes que já assisti.
Difícil descrever Tempos de Paz, com Tony Ramos e Dan Stulbach. Veja a sinopse:
Em abril de 1945 os combates da 2º Guerra Mundial já cessavam na Europa, mas o Brasil ainda estava tecnicamente em guerra. O combate entre Segismundo, interrogador alfandegário e ex-torturador da polícia política de Getúlio Vargas, com o ex-ator polonês Clausewitz, confundido com um nazista fugitivo, se desenrola na sala de imigração do porto do Rio de Janeiro. Tudo porque o fim da Guerra, por ironia do destino, é o que tira a paz de Segismundo. Ele teme a vingança de seus ex-prisioneiros.
E hoje chefe da imigração na Alfândega do Rio de Janeiro, Segismundo é quem decide quem entra ou não no país. Clausewitz terá que usar todo o seu talento de ator para provar que não é um seguidor de Hitler. O filme retrata um período crítico da história brasileira e fala do maniqueísmo e da luta pela vida.
Aproximadamente 80 por cento do filme é composto pelo interrogatório entre os dois protagonistas, o interrogador Segismundo (Tony Ramos) e o interrogado polonês Clausewitz (Dan Stulbach, que lembra muito o personagem de Tom Hanks em O Terminal). Só essa breve descrição já é suficiente para deixar muita gente preocupada, afinal de contas, um filme em que quase a totalidade do enredo se passa apenas entre duas pessoas conversando pode parecer monótono e chato. Mas não é, está muito longe disso.
A cena em que Clausewitz interpreta uma de suas cenas para Segismundo é simplesmente genial, chorei copiosamente. Uma das coisas mais bonitas que já vi. Tempos de Paz consegue ser um filme comercial e de arte ao mesmo tempo.
Além dessa linha principal do roteiro (o interrogatório) existe uma história paralela que também é ótima, conduzida pelo médico interpretado pelo diretor Daniel Filho.
Vou ao cinema novamente, dessa vez acompanhado da minha digníssima, que, assim como o personagem de Stulbach, é atriz e vai se identificar muito com as passagens em que ele descreve sua paixão pelos palcos.
Com minha rasa capacidade de fazer um relato objetivo é impossível transmitir a qualidade do filme e fazer uma resenha. Acho que o primeiro Oscar para o Brasil está para sair.
Também ganhei ingressos para assisti O Contador de Histórias, que estreou essa semana. Conta a história verídica de Roberto Carlos, que foi menor infrator e hoje é um dos maiores contadores de histórias do mundo. Assisti uma entrevista dele há alguns anos no Jô e fiquei muito emocionado (também chorei, algum problema?), uma puta história de vida.
Ainda não vi, mas acredito que deva ser um bom filme. O que me deixa preocupado é que gostei tanto do Tempos de Paz, é tão bem feito, que dificilmente superará O Contador de Histórias. Mas O Contador... tem cara desses longas que vão fazer mais sucesso entre o público e a crítica, ainda mais por estar associado ao Criança Esperança, correndo grande risco de ser o indicado brasileiro ao Oscar.
Enfim, são apenas suposições. Depois de assistir eu comento aqui.
Não deixe de assistir Tempos de Paz. Simplesmente imperdível.
Atualização: antes de virar filme, essa história era uma peça teatral com os mesmos protagonistas em cena. Por isso é tão bom. Ponto para o teatro.
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