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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Festival de Esquetes Elbe de Holanda - 4º dia

Mais uma vez o teatro estava cheio no quarto dia do IX Festival de Esquetes Elbe de Holanda.

Bruno Inúbia conduziu as apresentações e gostaria de lembrá-lo que fui convidado por ele para participar da encenação da Paixão de Cristo do ano que vem. Tínhamos bebido algumas cervejas no dia mas lembro perfeitamente do convite.

Vamos aos esquetes do dia:

Mostra De Nós Para Nós Mesmos
Nas Grades
Texto de Elbe de Holanda

A teatróloga Elbe de Holanda, que dá nome à Casa, foi uma grande personagem na Ilha do Governador e fez muito pela cultura do bairro. Minha digníssima (responsável pelas fotos desta postagem e que está em cartaz com o espetáculo musical Tip e Tap - Ratos de Sapato) começou no teatro com ela. Autora de diversos textos, criou o GATIG (Grupo de Artes e Teatro da Ilha do Governador) em 1972.

O esquete retratava uma senhora maltratada pela filha e que passava suas horas no portão, olhando a vida passar.


Graffite da Tia Elbe na entrada da Casa de Cultura
Mostra competitiva

Fiscal da Natureza
Grupo Karon

Um texto simples que fala sobre preservação da meio ambiente. Ótimo para ser apresentado em escolas e empresas, mas não em um festival.

Rei de Mim (Caixa Preta)
Cia de Teatro Os Marginais


O esquete é uma coisa meio Clube da Luta, dois personagens mostram as duas personalidades de um homem mentalmente perturbado e psicopata. Faz diversos questionamentos a respeito da existência de Deus.

Cego é Você
Grupo Visão em Cena

Cinco atores cegos, auxiliados por um contra-regra que entrava em cena durante os blecautes para posiciona-los, mostravam a realidade de preconceito e violência que os deficientes enfrentam, além da vontade de desistir de continuar vivendo. Esquete muito fraco sem nenhuma chance de levar algum prêmio, além de fugir da proposta do festival.

Além disso, na esquete seguinte, uma mulher narrava em voz alta toda a cena para os cegos que estavam na platéia, atrapalhando muito o entendimento da mesma. Na hora fiquei irritado, mas depois comecei a questionar o conceito de acessibilidade aos aparelhos culturais. Lembro que assisti uma reportagem sobre uma apresentação de teatro com a platéia completamente composta por cegos. Eles recebiam um fonte de ouvido e uma mulher numa cabine, dessas que realizam traduções simultâneas, narrava tudo que acontecia.

Infelizmente, quando se trata de acessibilidade, só se fala do acesso aos cadeirantes, com rampas e elevadores, esquecendo outros tipos de deficiências que muitas pessoas possuem. Os deficientes visuais ficam impossibilitados de acompanhar uma peça de teatro.

Atualização: reportagem na Revista Época sobre uso de recursos audiovisuais em equipamentos culturais para tornar a arte acessível às pessoas com deficiência (link).

Inveja
Os Indecorosos


Esquete de humor. Uma mulher, movida pelo ciúme da amiga que realizou diversas conquistas, resolve cometer suicídio. Seu anjo da guarda aparece tentando dissuadi-la de tal ato.

Hoje Não Dá
Valeu Produções


Um anjo palhaço acompanha um casal da infância até o nascimento do filho. O palhaço tinha influência de mímica e cirque de solei, bem engraçado.

Minha Alma Não é Nada Depois Dessa História
Os Ciclomáticos Companhia de Teatro


Quatro atrizes dividiam o papel de narradoras e da mulher que arrebatou o coração de um jovem operário antes de partir. Esquete muito poética, com influências espanholas com a música do filme Beleza Americana. Forte candidato ao principal prêmio do festival.

Semana que vem é a última.

Ingressos: R$8,00 e R$4,00. Saiba mais aqui.

Obs.: este é um blog pessoal e as opiniões aqui emitidas não refletem a opinião da Casa de Cultura Elbe de Holanda ou do GATIG.

Izidoro Silva.

17 comentários:

  1. Parabéns pelo blog e MUITO OBRIGADO pela bela cobertura do Festival! Não vou comentar os comentários sobre cada esquete porque... Não posso! Hahaha...

    Só quero deixar registrado aqui o meu convite para contar com você no elenco da Paixão de Cristo 2010!

    Grande abraço,
    Bruno Inúbia.

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  2. Valeu Bruno,

    Parabéns pelo festival. Está cada ano melhor.

    Estamos juntos na Paixão 2010.

    Abraços.

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  3. Gostaria que alguém falasse da proposta de um Festival de Esquetes, haja vista a  opinião postada sobre Cego é Você.
    Acredito que a seleção das esquetes verificou as inscrições. Será que por ser todo grupo cego, despertou nos videntes o preconceito em não poder estar em um Festival em pé de igualdade?
    Será que os deficientes visuais deveriam se apresentar, tão somente em festivais para pessoas com deficiência?
    A crítca foi maldosa, preconceituosa e sem fundamentação, já que a crítica sobre os outros trabalhos, não foi tão rigorosa, tendo atores com experiência esquecendo praticamento todo  texto.
    Eu estava na platéia no dia da premiação e o que vi foi a organização do Fesrtival, enaltecer a apresentação e inclusive relatar qlue em 9 anos de Festival, nunca havia assistido uma platéia tão emocionada e tantos aplausos de pé na Casa de Cultura, se o grupo agradou a platéia, isso é teatro, isso é sucesso.

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  4. Querido,

    Não vejo nenhum problema em cegos participarem de festivais ou qualquer outra atividade artística, desde que fiquem em pé de igualdade com os demais, o que não foi o caso. Na verdade, todo o nível do festival foi baixo, alguns poucos esquetes eram profissionais.

    Não vou diminuir meus critérios de avaliação só pelo fato deles serem cegos. Eles não são coitadinhos que merecem ser julgados por critérios diferentes aos que utilizei para todos os participantes, cegos ou não. Julguei todos da mesma forma e a esquete Cego é Você foi fraco. 
    A Tribo de Jah é uma banda de reggae que também é só composta por cegos e em termos de qualidade musical não deixa nada a dever para nenhuma outra banda.

    Não é por igualdade de tratamento que todos lutam? Então que sejam avaliados da mesma forma. O esquete Cego é Você é um exemplo de superação e pode ser utilizado de diversas formas, em escolas e empresas para falar sobre preconceito, por exemplo. Mas em termos estéticos e artísticos não merece destaque.

    O mesmo problema ocorre com peças de teatro de projetos sociais, que só falam da realidade da favela e violência, nunca abordando outros temas.

    E tem mais: o fato do público ter gostado não significa nada. O esquete vencedor do júri popular foi o esquete mais tosco de todos, o mais parecido com Zorra Total e A Praça é Nossa que se apresentou. Infelizmente é disso que o povo gosta, os critérios do público são baixos porque foram moldados diante do Faustão e do Gugu, sem oportunidade de apreciar obras artísticas e frequentar aparelhos culturais como eu.

    Abraços, Izidoro.

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  5. Izidoro! Vc está completamente certo de não julgar os atores por eles serem cegos e sim pela qualidade do esquete! Quanto ao q vc fala de problemas de trabalhos sociais...não sei se vc já parou para pensar...mas se eles não abordassem esses temas..quem abordaria???

    Quer dizer q o q o público acha não vale de nada???!!!! E PARA Q SE FAZ TEATRO ENTÃO??? PARA QUEM? PESSOAS Q SE DIZEM INTELECTUAIS COMO VC, MAS Q SÓ SABEM FICAR CRITICANDO O TRABALHO DOS OUTROS E NÃO TOMAM NENHUMA ATITUDE PARA TRANSFORMAR A VIDA DE ALGUEM OU ATÉ MESMO A SUA PRÓPRIA VIDA? Porque vc não tenta colocar 5 atores cegos em cena??? Já q vc tem tanto argumento assim, talvez o seu trabalho seja melhor!!!

    Da próxima vez q vc for criticar o trabalho de alguem, se basei! Use argumentos aceitaveis! Estude um pouco...talvez isso ajude!!!

    Adalmir Cardoso

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  6. Ahhhhhhhhhhh...e se vc não sabe...já existe Áudio descrição em TEATRO! Mas infelizmente o festival não tinha essa estrutura!!!

    Mas uma dica: Não tente falar sobre coisas que vc não conhece...pega mal para vc!

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  7. É, querido, é lamentável o tempo que estou perdendo ao ler uma crítica tão medíocre quanto à sua, mas como militante do movimento de pessoa com deficiência no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil, eu faço a minha parte.
    Começo minha resposta à sua posição sobre a apresentação do Grupo Visão em Cena, afirmando com toda a certeza deste mundo: O ÚNICO CEGO NAQUELE TEATRO ERA VOCÊ!. Infelizmente, não vivemos numa sociedade menos hipócrita, excludente e desigual, devido ao grande número de pessoas que a compõem serem uma porcaria de profissional como você. Profissionais esses que ainda não perceberam que tudo aquilo que fazem é para o outro, para o público, independente de sua área de atuação.

    E este público, embora cegos como vc não percebam, é composto por cidadãos com necessidades e especificidades diferentes, e que como você, são realizadores e e receptadores de todos os serviços e atividades oferecidas em qualquer setor. O médico existe pq há pessoas para curar, o professor pq existem alunos para educar, o assistente social pq existem cidadãos violados em seus direitos necessitando daquele que defenda seu direito e viabilize-o na rede que o compõe. O ATOR existe pq há público, há platéia para assistí-lo. E agora, eu leio uma crítica esvaziada de um sujeito que está inserido no meio cultural e afirma repleto de arrogância que "o fato do público ter gostado não significa nada".

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  8. Isso é comum nos diversos meios e serviços oferecidos em qualquer espaço, profissionais que devem servir ao público e agem dessa forma tão infeliz. O brasileiro está acostumado com indivíduos como você. E seu comentário infeliz só demonstra mais uma deficiência, fruto do sistema o qual estamos inseridos.

    Não obstante, e, aberta para qualquer esclarecimento sobre cidadania, cultura e direitos e capacidade dos sujeitos (HUMANOS), inclusive sobre pessoas com deficiência, estou ao seu dispor para qualquer esclarecimento.

     A ÚNICA FORMA DE VENCER O PRECONCEITO, A DISCRIMINAÇÃO, A MÁ VONTADE E AS CRÍTICAS ESVAZIADAS E SEM FUNDAMENTO DE PROFISSIONAIS QUE AINDA NÃO CONHECEM O VERDADEIRO VALOR E FINALIDADE DE SE EXERCER QUALQUER ATIVIDADE PÚBLICA, É A PARTIR DA INFORMAÇÃO. E NÃO RESTA DÚVIDAS, VOCÊ CARECE DE TUDO QUE DIZ RESPEITO A ISSO.

    LAMENTAVELMENTE,

    FRANCINE DE SOUZA DIAS

    EMAIL: FFRANCINEDIAS@BOL.COM.BR
                     //              @HOTMAIL,COM

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  9. Prezados,

    Trabalho em uma das maiores e mais respeitadas instituições que combatem a miséria no Brasil, responsável por grandes conquistas que transformou para melhor a vida de milhões de pessoas no Brasil.

    Trabalho com iniciativas de educação popular com atuação em 21 municípios do Estado e já entrei em mais de 50 favelas do Grande Rio e Baixada Fluminense. Viajo o Brasil participando de encontros com diversos profissionais que possuem os mesmos objetivos. Não fui à premiação porque estava em um seminário em São Paulo.

    Tenho conhecimento técnico e teórico suficiente para fazer qualquer comentário.

    Uma coisa que, assim como vocês, eu não faço é tratar as outras pessoas como coitadinhas, que merecem ser tratadas de uma forma diferenciada por ser pobres ou portadoras de alguma deficiência. São tão capazes e talentosas quanto qualquer outra pessoa. O que elas precisam é de aparatos sociais para poderem produzir em pé de igualdade com qualquer outro cidadão, o que, infelizmente, não acontece. Calçadas destruídas, falta de rampas de acesso, proibição da entrada de cão guia em prédios, preconceito e falta de salas culturais com recursos necessários para que todos os espectadores possam acompanhar uma manifestação artísticas são alguns dos milhares de problemas que os deficientes encontram. Conheço a áudio descrição, ao contrário do que foi dito.

    Também já estudei teatro e partipei de festivais. Meu julgamento foi baseado em critérios artísticos, tanto que acertei dois dos três premiados, mas, ao contrário da organização do evento, não preciso ficar fazendo média com ninguém.

    Digo e repito: preconceituosos são vocês que tratam os cegos como coitadinhos, que tentam colocá-los dentro de uma redoma completamente protegidos do mundo e de críticas. É a mesma coisa de chamar negro de "moreninho", como se ser negro fosse um condição ruim e devesse ser "amenizada".

    Abraços, Izidoro.

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  10. hahahahahahahaha...eu  já entendi qual é o problema...das apresentações de quarta vc só falou do q chamaria a atenção para vc...pq vc não falou da peça Inveja do Indecorosos...a atriz estava lendo o texto em cena...pelo amor de Deus!  Vc só fala das q coisas que podem chamar a atenção para vc!!! Ou seja, uma completa voltade de APARECER!

    Se esses cegos fossem tratados como coitadinhos não estariam enfrentando jurados em um festival de teatro e sim fazendo teatro terapia na instituição deles!!!

     Mais uma dica...reveja seus conhecimentos sobre teatro! Vc precisa!

    AHHHHHH...e apareça ano q vem no Elbe de Holanda...eles estaram lá!

    Abraço!                                                                                                                           

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  11. <span>hahahahahahahaha...eu  já entendi qual é o problema...das apresentações de quarta vc só falou do q chamaria a atenção para vc...pq vc não falou da peça Inveja dos Indecorosos...a atriz estava lendo o texto em cena...pelo amor de Deus!  Vc só fala das coisas que podem chamar a atenção para vc!!! Ou seja, uma completa vontade de APARECER!  
     
    Se esses cegos fossem tratados como coitadinhos não estariam enfrentando jurados em um festival de teatro e sim fazendo teatro terapia na instituição deles!!!  
     
     Mais uma dica...reveja seus conhecimentos sobre teatro! Vc precisa!  
     
    AHHHHHH...e apareça ano q vem no Elbe de Holanda...eles estarão lá!  
     
    Abraço!                    </span>

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  12. Meus conhecimentos em teatro são ótimos, assisto, em média, 3 peças por mês. Em outubro fui ao teatro de sexta a domingo três semanas seguidas. Estudei por dois anos, fiz vários espetáculos.

    O que você fez?

    Estarei lá ano que vem, e espero que eles apresentem algo melhor.

    Abraços, Izidoro.

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  13. Reportagem na Revista Época sobre utilização de recursos audiovisuais para tornar a arte acessível às pessoas com deficiência: 


    http://revistaepoca.globo.com/EditoraGlobo2/Materia/exibir.ssp?materiaId=107272&secaoId=15228

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  14. <span>Olá! Teve muiiiiiiiiiitas coisas ruins atriz lendo em cena =-X  no festival e muittttttta coisas boas, por exemplo, CEGO É VOCÊ :-D . </span>
    <span>Uma apresentação maravilhosa. Será que o senhor não estar sendo preconceituoso? E sendo “CEGO”. *DONT_KNOW* </span>
    <p><span> </span>
    </p>

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  15. Essa Crítica de tal de Izadoro é falta de dar o cú, ou as vezes foi o gozo que acumulou e subiu pra cabeça!!concerteza a ignorância dele não o permite saber oq é teatro de verdade!!é uma pena ver pessoas assim como ele, mas acho que um dia ele aprende!!

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  16. <span>Essa Crítica desse tal de Izadoro é falta de dar o cú, ou as vezes foi o gozo que acumulou e subiu pra cabeça!!concerteza a ignorância dele não o permite saber oq é teatro de verdade!!é uma pena ver pessoas assim como ele, mas acho que um dia ele aprende!! Ass: Gustavo Araújo
    </span>

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  17. A qualidade de certas críticas realmente não merece os segundos que gastamos lendo-as. Por que certos convidados não apresentam contra-argumentos em vez de ofensas? Eu gostaria de ler argumentos racionais (ou pelo menos educados) de vez em quando...

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