Sou um militante da área cultural no Rio e lembro de um dado que me foi dado pelo antigo secretário de cultura do município, Ricardo Macieira: quase 80% da verba da cultura do Estado vai para o Theatro Municipal. Achei o número absurdo, mas depois vi em outras fontes que está certo.
80% da verba da cultura do Estado do Rio de Janeiro vai para o Theatro Municipal.
É muito dinheiro para pouca contrapartida. Produções milionárias que ficam em cartaz poucas semanas e ingressos caríssimos. É dessa forma que eles retribuem a dinheirama que recebem do governo.
Por um tempo eles fizeram apresentações com ingressos custando um real, domingo pela manhã. Fui duas vezes e me senti enganado. Um casal de bailarinos de ressaca dando uns pulinhos. Eu queria ver um espetáculo completo, com orquestra, todos os bailarinos, cenário etc. Como como só custava um real, para tentar justificar o alto custo de manutenção do teatro se passando por um lugar freqüentado pelo povo, qualquer coisa era apresentada.
Por isso fico sempre fico em dúvida quanto apresentações culturais gratuitas.
Semana passada fui na estréia do espetáculo Projeto Gerações, da Intrépida Trupe, no Palácio Gustavo Capanema. Uma apresentação de dança contemporânea, terrível. Se eu tivesse pago trinta reais para assistir um espetáculo na Fundição Progresso eles não apresentariam aquilo.
Fazer o quê? De graça, né!
Quem acompanha meu Twitter já viu algumas resoluções teatrais que anos frequentando salas me fizeram adquirir. Vou citá-las aqui:
Resolução Teatral nº1: Nunca mais assistir a uma montagem de Samuel Beckett novamente, exceto em caso de haver atrizes nuas.
Resolução Teatral nº2: Nunca mais assistir montagens de alunos de teatro da UniRio novamente, exceto em caso de haver mulheres nuas.
Resolução Teatral nº3: Nunca mais assistir espetáculos de dança contemporânea novamente, exceto em caso de haver dançarinas nuas.
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