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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Confesso Que Bebi

Amigos,

Esse blog deu uma desvirtuada, fugindo de seu objetivo original que era resenhar butecos da Ilha do Governador. Mas prometo que vou voltar ao prumo, principalmente por conta do livro que minha digníssima sogra me emprestou.

O Jaguar é um cartunista da velha guarda, junto com Ziraldo, Millôr, Nani, Lan entre outros. O pai do Léo e do Carcará, que também rodava com esse pessoal, já teve várias de suas publicações desenhadas por ele, na época em que era escritor da Editora Abril.

A ciência ainda não avançou o suficiente para descobrir como o Jaguar continua vivo, fazendo a alegria de donos de bares pelo Rio de Janeiro. Sem dúvida é o maior especialista no assunto, e muito do que escrevo tem influência dele. Recentemente, junto com o Ziraldo, ganhou uma indenização de um milhão de reais por conta de perseguições sofridas durante a ditadura militar. Atualmente desenha para o Jornal O Dia.

Grande boêmio, um dos criadores do Pasquim, ganhou a medalha Pedro Ernesto oferecida pelo então vereador Chico Alencar, mas devolveu-a quando Roberto Jefferson também recebeu a honraria. Também registrou em cartório seu desejo de ser cremado e o destino de suas cinzas: ser espalhada por todos os bares onde ele bebeu. Vai faltar cinza.




O livro que minha digníssima sogra emprestou é o Confesso Que Bebi: Memórias de um Amnésio Alcóolico. É um guia onde ele descreve diversos bares por onde ele já passou. O cara é mestre, tanto na arte da escrita quanto na arte de degustação, fazendo análises detalhadíssimas sobre os botequins, seus pratos, decoração, frequentadores, além de diversas histórias hilárias que aconteceram com ele.

Me deu inspiração para voltar com a proposta inicial do Ilhados.

Leia aqui uma resenha do livro, muito melhor do que esta que você acabou de ler, escrita por um paulista.

Atualizações:

1. O paulista é jornalista da Superinteressante;

2. O livro não me foi emprestado, foi um presente. Pertencia a um grande boêmio de Aracaju, "bebum, contabilista, politiqueiro, grande contador de casos, engraçadíssimo (...) e companheiro de grandes cachaçais. Petista de primeira hora, (...) e se não tem um blog, produz uma espécie que envia para uma lista imensa, diariamente. Comentário político e crônica dos costumes de rua".

Foi uma honra ganhar esse presente. Um dia passá-lo-ei para as mãos de meu rebento.

3. Minha digníssima sogra também é uma mulher de verdade.

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