A repressão aos camelôs aumentou muito no governo do Eduardo Paes. A rua Uruguaiana fica com guardas municipais em toda sua extensão, pronta para bater em qualquer trabalhador que apareça tentando ganhar a vida. Diante disso, conseguir uma cerveja baratinha se tornou uma tarefa hercúlea. Era necessário entrar nos corredores do camelódramo, conhecer as fontes certas, tal qual um viciado em drogas adentrando o submundo atrás de mais uma dose.
Tentando sanar a sede impiedosa dos transeuntes, diversas carrocinhas de chope da Brahma foram autorizadas a circular por aquela região. Nunca bebi por dois motivos:
1- Chope de carrocinha na rua é uma coisa que você não precisa beber para saber que não presta. Servido em copos de plástico, uma chopeira sobre rodas e pessoas completamente despreparadas tirando o precioso líquido. Tirar um bom chope é uma arte, não é só sair abrindo a torneira.
2- Acho uma puta sacanagem coibir com violência o trabalho dos camelôs. Por isso acredito na desobediência civil para que coisas como essa não aconteçam mais.
Mas agora os ambulantes com seus isopores voltaram, com coletes e crachás de identificação. É só até o final de fevereiro, durante o carnaval, mas espero (e eles mais ainda), que essas licenças sejam dadas em definitivo.
A cerveja é Antártica e estão com um preço honesto: uma latinha por dois reais e três por cinco.
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