Durante minha adolescência eu achava que era comunista. Fazia parte da ala radical do PT, acampei com o MST, participava de reuniões e encontros de apoio às FARCs e ao EZLN, manifestações contra privatizações entre outras atividades. Odiava tudo que vinha dos Estados Unidos. Não bebia Coca-Cola e já até joguei pedra contra uma loja do McDonald's.
Atualmente tenho uma posição mais neutra. Adoro a cultura norte-americana, os filmes, os seriados, não vou morrer antes de conhecer a Broadway. A diversidade cultural, tecnologia entre outras coisas. O que eu continuo odiando é a política externa do país e a forma de atuação de suas empresas.
A metodologia do McDonald's, baixos salários e repressão contra a organização dos funcionários, foi uma das responsáveis pela queda salarial de trabalhadores do varejo em todo o mundo. Os baixos preços do Wal Mart são mantidos através da comercialização de produtos fabricados através de mão-de-obra semi escrava em países pobres, salários de fome, nenhuma assistência aos funcionários entre outras barbáries.
Quanto à política externa, todo mundo conhece: invade outros países por interesses meramente econômicos, ceifando vidas e destruindo culturas. O FMI roubando dinheiro do trabalho de cidadãos de nações inteiras e por aí vai.
Esses dois fatores são os grandes responsáveis pela pobreza no mundo. Tirando isso acho que ser um cidadão estadunidense deve ser muito bom. Nascer e ser criado em Manhattan deve ser muito bacana.
Mas as universidades de lá são grande focos de resistência, que reconhecem esse poder destrutivo e são extremamente combatentes.
Mas por conta desses aspectos negativos eu ainda tenho algumas resistências em consumir certos produtos dos Estados Unidos. Por isso não freqüento muito essas lanchonetes fast food. Quando almoço prefiro um restaurante self service ou um bom buteco. Mas esse posicionamento me impediu durante muito tempo de experimentar aqueles frangos fritos que vêem dentro de baldes, muito comum nos desenhos d'Os Simpsons e em filmes.
Praticamente todo dia tem uma manifestação em frente a uma loja do KFC em algum lugar do mundo, organizada, geralmente, por membro do PETA. Manifestantes ficam na porta com placas, distribuindo panfletos, alguns usam fantasias de frangos, tentando convencer as pessoas a não comerem lá.
O processo de criação dos frangos é muito cruel. Eles são escaldados vivos, além de viverem no sistema de confinamento, ou seja, passam toda sua miserável vida numa gaiola tão pequena que são impedidos de se movimentarem.
Outro dia resolvi, finalmente, experimentar. Fui numa loja do KFC na Avenida Presidente Vargas. Já que outro dia contei minha experiência com patê de foie gras, que é outro prato que utiliza métodos cruéis para ser feito, divido aqui também minha experiência com o frango mutante da KFC.
O bicho realmente é diferente, possui uma casquinha deliciosamente crocante, e sua carne é tenra e macia. Além disso, possui mais carne do que os frangos que estou acostumado a comer. Acho que mais uma ou duas visitas eu viciava.
O único problema era que o ar condicionado do restaurante estava desligado, e vocês bem sabem como está o Rio de Janeiro. Fui jogar uma água no rosto para tirar o suor e não tinha papel no banheiro, era uma daquelas máquinas que soltam um ventinho. Como não dá para secar o rosto nela (nem as mãos), saí de lá molhado. Queria saber quem foi o corno que inventou tal imbecilidade.
Enfim, matei minha curiosidade e nunca mais volto lá. A não ser que um dia me contratem.
Alguns executivos da rede pediram demissão enojados com esse tipo de política de tratamento dos animais. Visite o site Kentucky Fried Cruelty, sobre as crueldades feitas com os animais pela KFC e veja este vídeo, que mostra funcionários jogando os bichos vivos contra uma parede, chutando-os e pisando-os.
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