Quando eu conto, muita gente não acredita, mas a Nike utiliza mão-de-obra semi-escrava e infantil na fabricação de seus tênis. Um caso que ganhou projeção internacional (menos aqui no Brasil) foi a descoberta de maus tratos físicos sofridos pelas trabalhadoras numa fábrica no Vietnã na década de 90. Em 2007 houve uma greve de fome por maiores porções de comida.
Outras marcas de calçados, roupas e eletrônicos também crescem a custa de empregos degradantes e baixos salários. Poderia ficar aqui o dia inteiro dando exemplos, mas só para citar mais um recente, trabalhadores da fábrica do iPhone estavam se matando por causa das péssimas condições de trabalho.
Não precisa ir muito longe. Aqui no Brasil é só ver a condição dos cortadores de cana e dos operários das obras do PAC.
Por conta disso vou contra a maré e não sou consumista. Os meus tênis estão velhos e furados, mas só vou comprar outro em julho, quando completará um ano desde a última vez que adquiri um. É um absurdo um tênis durar apenas 5, 6 meses.
Não sou um ativista anticorporação, mas tenho todos os livros da Naomi Klein e outros autores que desvendam o que existe por trás do capitalismo. Assisto vários documentários sobre o trabalho nos países do terceiro mundo. Não uso grandes marcas, não coloco um tênis da Nike ou Rebook nos pés nem me pagando. Dou preferência as marcas nacionais e mercadorias baratas.
É claro que é impossível viver sem utilizar produtos da China, mas tento fazer minha parte comprando somente quando necessário. Mesmo os made in Brazil são apenas montados aqui, já que possuem componentes fabricados em diversos países.
Essa pequena introdução foi apenas para contar que depois de quatro anos e 3 meses meu celular parou de funcionar, mas estranhamente agora ele voltou a dar sinal de vida. Não será hoje que terei que abrir a carteira para abastecer esse sistema que cria produtos para durarem até dois anos, nos obrigando a comprar mais e ajudar a destruir o planeta.
Os dois vídeos abaixo são obrigatórios: A hisória das coisas e a história dos eletrônicos, de Annie Leonard.
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