A Rua Camerino, antiga Rua do Valongo, foi durante muito tempo o principal ponto de venda de escravos, depois da transferência do comércio do Largo do Paço (atual Praça XV). Os interessados em comprar um negro percorriam toda extenção da rua, entrando nos estabelecimentos para fazer suas escolhas.
A Rua do Valongo foi escolhida por ter seu início no cais de mesmo nome (leia esta postagem), local onde desembarcavam os escravos vindos da África. Os sobrados que atualmente ocupam o logradouro foram construídos no início do século XX, final do XIX, ou seja, não chegaram a abrigar negociações do gênero, mas a história não deixou esta passagem ser esquecida. Atualmente abriga estacionamentos, mecânicos, barbeiros e outros pequenos comércios para classe média-baixa do entorno, que muito provavelmente serão relocados devidas as obras do Porto Maravilha.
Foi ali perto que em 96 foi encontrado o cemitério dos pretos novos, para escravos que chevam mortos da travessia do Atlântico.
É nesta rua que vez por outra como um yakissoba de "camalão", segundo a atendente chinesa. O local que antes abrigava uma pastelaria sofreu um boa reforma, com instalação de ar condicionado, mezanino e uma decoração agradável. Tenho reparado que outras pastelarias de cozinha duvidosa também sofreram modificações semelhantes, talvez as casas pertencentes a uma mesma família ou um acordo entre vários proprietários.
Lembro que durante um bom tempo fiquei sem freqüentar essas pastelarias. Assisti uma série de reportagens mostrando inspeções da vigilância sanitária e as condições dos alimentos eram as mais horrendas possíveis. Mas como não podemos generalizar, depois voltei a comer em algumas delas, mesmo depois de ter ouvido uma história passada na Ilha que até hoje me dá enjôo: um atendente chegou para trabalhar e tinha um rato morto mergulhado no óleo. Ele ia jogar o óleo fora mas foi impedido pelo chefe, que mandou apenas ferver o produto e iniciar a fritura dos salgados.
Outra história verídica: um conhecido pediu um pastel de frango e começou a comer. Alguns pombos entraram no estabelecimento e a chinesa que atendia começou a espantar as aves: - xô flango, xô flango! Imediatamente ele jogou o pastel fora e no fim do dia ele estava no hospital, talvez por questões psicológicas.
Mas vamos ao que interessa, o yakissoba de camarão:
Por R$9,99 é possível comer um bom prato com uma quantidade razoável de camarões de tamanho médio, fritos na chapa na medida certa, rosados e com pouca perda de líquidos, o que ajuda a manter seu sabor. Eu como pouco, por isso saio bem satisfeito depos de comer. Vale a pena.
O cardápio também possui outros pratos, como frango e contrafilé com arroz e feijão.
Serviço
Pastelaria Quatro Estações
Rua Senador Pompeu, 95 (esquina com a Camerino)
Fachada da pastelaria |
Cardápio (clique para ampliar) |
Salão |
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