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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bar do Joia ou Café Rio Paiva

Difícil escrever sobre o Bar do Jóia depois que os mestres nos relatos e crônicas butequíticas Juarez Becoza (aqui, aqui e aqui) e Paulo Thiago (aqui e aqui) já o fizeram. Mas mesmo assim vou dar meu tiro.

Flanando pelo Centro, procurando um lugar para almoçar, passei em frente ao Café Rio Paiva, conhecido como Bar do Jóia, antigo proprietário do estabelecimento. Já tinha visto este bar em algum lugar e imediatamente resolvi entrar.

Fui atendido por uma pessoa que depois fiquei sabendo ser um cliente da casa, funcionário da Embratel que que há muitos anos almoça lá. Foi um dos fundadores da Confraria Viúvas do Gaiato, grupo de amigos que se uniram para proteger este estabelecimento secular, que funciona desde antes da abertura da Avenida Presidente Vargas. Muitos acharam que fecharia após a morte do Seu Jóia, em 2007, mas sua esposa Alaíde não deixou que isso acontecesse. Com muita dificuldade, ela vem tocando o serviço com ajuda de seus fãs/clientes, neste butequim que completou 100 anos de funcionamento em 2009.

A decoração é única, num lugar não tão nobre do Centro da cidade. Fica perto da Marechal Floriano e do Colégio Pedro II, num trecho com sobrados antigos e degradados, cercados por pequenos comércios e serviços populares, como gráficas, serralherias, depósitos e muitos butiquins.

Fiz as fotos numa sexta-feira agitada e o almoço demorou muito para sair. Como não estava com pressa, pude apreciar minha cerveja preferida, Black Princess, numa garrafa de 600 ml tranqüilamente. Infelizmente a feijoada tinha acabado, mas o frango com aipim estava ótimo. A conta, se não me engano, deu dezesseis reais (a cerveja custou R$4,00, mesmo preço da garrafa pequena no quiosque Moby Dick da Praia da Bica).

Quem quiser ler boas histórias ocorridas na casa e em outras biroscas da cidade, recomendo muito a leitura do blog Botequim do Jóia, criado pela confraria. Segue um pequeno trecho:

A verdade é que de 1936, quando o menino Jóia começou a ajudar seu pai, até 2007, quando nos deixou, o Brasil passou por dez mudanças no sistema monetário, duas revoluções (sic), dezesseis copas do mundo, uma grande guerra mundial e o gaiato ali sentado, ouvindo música clássica e reclamando da ausência de fregueses. É isso.

Chamei minha digníssima sogra para almoçar lá mas até hoje ela está me enrolando. Espero que ela se anime depois de ler esta postagem.


Pôsteres do Botafogo e mulheres nuas


Black Princess em garrafa de 600 ml. Raridade.



A Confraria do Jóia levou uma bandeira da casa para a Antártida
Rua Júlia Lopes de Almeida 26, (esquina com a Rua da Conceição)


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