Outro dia, depois de um almoço com um amigo e seu pai, acendi um cigarrinho. Longe do tabagismo por um curto período, voltei a dar minhas baforadas. O pai desse meu amigo resolveu me repreender, tentando dar os velhos conselhos que nós, fumantes, já estamos cansados de ouvir. Mas esta mesma pessoa que tentava me convencer a apagar o cigarro tinha, minutos antes, colocado dois sachês de sal em cima dos camarões de seu prato e bebido uma Coca-Cola. Agora eu pergunto: pode isso, Arnaldo?
Este é o perfil de quem tenta me convencer a largar o vício: pessoas acima do peso, sedentárias, com uma alimentação rica em sódio, açúcar e gordura. Um cidadão desse tem alguma moral para falar do meu estilo de vida? Eu bebo e fumo, mesmo assim sou muito mais saudável do que a maioria desses filhotes de Dráuzio Varella.
Faço atividades físicas de verdade. Não é uma caminhadinha na Praia da Bica três vezes por semana. Pedalo 50 quilômetros por dia, não bebo refrigerante, frituras só de vez em quando, tenho uma alimentação rica em carboidratos complexos, baixa gordura e açúcar. Fico puto quando algum gordo com uma coxinha na mão vem falar da porra do meu cigarro. Queria ser mais estúpido e sair distribuindo grosseria por aí, mas não consigo. Por isso desabafo por aqui.
Fumar e beber são as duas atividades autodestrutivas que tenho, e, na boa, todo mundo precisa de algumas.
Ah, e não me cobrem coerência. Ninguém somos coerentes. Lembrando Tim Maia: "este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme e traficante se vicia".
Ricardo Coimbra atualizou o comentário do síndico: "o Brasil é um país onde puta goza, traficante se vicia, preto vira neo-nazista e pobre curte a página do Itaú no Facebook".
Admito, minhas idéias, muitas vezes, não correspondem aos fatos, mas as de quem correspondem?
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